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Teatro Educativo

TERV – TEATRO EDUCATIVO DE ROBERTO VILLANI
OS TRÊS PIRATAS
de Roberto Villani
Personagens:
Capitão Piratão
Piratinha
Piratolo
Coelhinha Fifi
Cenário:
Uma praia, com algumas folhagens (usar folhagens artificiais)..
ATO ÚNICO
Com música de fundo, entram em cena o Capitão Piratão. Ele carrega, com grande esforço,
sobre os ombros, um baú. Chegando ao centro do palco, o Piratão coloca o baú no chão,
sentando-se sobre ele.
PIRATÃO (falando à platéia): Com seiscentos mil crocodilos! Como pesa este baú! Também,
está cheio de tesouro... Pérolas, ouro, diamantes... Eu ataquei o barco do Almirante Gago
Velho e roubei tudo (ri). E agora, que tenho o baú cheio de coisas preciosas, vou enterrá-lo
nesta ilha deserta (ri). Ninguém vai descobri-lo aqui (ri). Vou chamar meus ajudantes, com
licença. (dirige a fala para trás): Piratinha! Piratolo! Venham cá!
Muito ‘moles’, sonolentos, cansados, aparecem Piratinha e Piratolo.
PIRATINHA (sentando-se no chão): O meu amado chefe, por acaso (boceja), me chamou?
PIRATÃO (irritado): Chamei! E fique de pé! (o Piratinha levanta-se enquanto o Piratolo, com
muito sono, deita-se no chão): Fique de pé!
PIRATINHA – Mas eu já estou de pé...
PIRATÃO - Eu não falei com você! Falei com o Piratolo! (o Piratolo levanta-se enquanto o
Piratinha senta-se no chão): Fique de pé!
PIRATOLO – Desta vez (boceja) o senhor se enganou. Eu estou de pé...
PIRATÃO – Droga! Prestem bem atenção. (o Piratinha põe-se de pe): Eu não falei com
nenhum dos dois em particular... (o Piratinha e o Piratolo, murmurando “Ah, bom!”, deitam-se
no chão; o Piratão ‘explode’): EU FALEI COM OS DOIS!!! DE PÉ!!! (num salto, ambos põe-se
de pé, em posição de ‘sentido’): Escutem. Nós estamos numa ilha deserta, certo?
PIRATINHA e PIRATOLO – Certo! (ainda de pé, sonolentos, encostam-se um no outro)
PIRATÃO – Aqui, ninguém achará o meu tesouro, certo?
PIRATINHA e PIRATOLO – Certo!
- 1 -
PIRATÃO (olha bem para os dois e percebe que estão quase dormindo, encostados um no
outro; olha para a platéia, balança a cabeça desaprovando o sono dos dois e...) Somente o
Almirante Gago Velho poderá achá-lo, certo?
PIRATINHA e PIRATOLO – Certo!
PIRATÃO (irritado): Errado!
PIRATINHA e PIRATOLO – Errado!
PIRATÃO (enfurecido): Bolas!
PIRATINHA e PIRATOLO – Bolas!
PIRATÃO (desembainha a espada e com ela bate no trazeiro dos dois, despertando-os;
ambos se afastam assustados): Vocês dois vão enterrar o baú do meu tesouro! Agora!
PIRATINHA – Agora? (aproxima-se, cuidadoso):E as nossas férias?
PIRATOLO (mantém-se à distância): O senhor disse que nos daria férias assim que
roubássemos o tesouro...
PIRATÃO – Aqui ninguém tem direito a férias. E tratem de cavar ou eu perco a cabeça...
PIRATOLO (para o Piratinha): Se ele perder a cabeça, não sou eu quem vai procurar.
Assustados, Piratinha e Piratolo começam a cavar (mímica) com as mãos.
PIRATINHA – Além de não nos dar férias, não nos dá ferramentas.
PIRATOLO - O Capitão Piratão é um pão-duro.
PIRATÃO – Calem-se! E cavem depressa!
Enquanto os dois estão cavando, o Piratão afasta-se, sem sair do palco, olhando para os
lados
como que preocupado com a possível chegada de alguém. Mesmo assim, não vê a chegada
da
Coelhinha Fifi, que se aproxima dos dois que estão cavando.
FIFI – Aí, não! Vocês não podem cavar aí!
PIRATINHA – Não?!
PIRATOLO – E por que não?
FIFI – Porque eu plantei umas sementes de cenoura... E como estou de férias, não quero Ter
o trabalho de replantá-las...
PIRATINHA e PIRATOLO – De férias?!
- 2 -
FIFI – Sim, estou de férias. E as férias foram feitas para a gente descansar e se divertir. Faz
parte da vida, sabem?
PIRATINHA – Não, não sabemos...
PIRATOLO – Você é mais feliz que a gente...
PIRATINHA – Nós nunca tivemos férias...
FIFI – Não? E por que vocês nunca tivera, férias?
PIRATINHA – O nosso chefe, o Capitão Piratão, não quer.
PIRATOLO – E quando ele não quer, não temos férias...
PIRATINHA – E o pior é que ele nunca quer...
PIRATOLO – E porque ele nunca quer, nunca temos férias. É triste!...
FIFI – Puxa, como vocês são complicados!
PIRATINHA – É porque nós nunca descansamos...
PIRATOLO – Nem nos divertimos.
FIFI – Pois eu vou falar com ele...
PIRATINHA – Não! Não faça isso!
PIRATOLO – Ele é muito zangado...
FIFI – Que me importa! Depois, eu também estou zangada. Vocês estão estragando a minha
plantação de cenouras. (para o Capitão Piratão, que está muito distraído, de costas para a
cena): Ei, seu Capitão Piratão!
PIRATÃO (voltando-se, vê a Fifi): O que é que você faz aqui? Suma-se! (começa a
aproximar-se)
FIFI – Sumir? (ri) Pois fique sabendo, seu Piratão de uma figa, que eu moro nesta ilha. E o
senhor, com seus dois piratas de meia tijela, estão estragando a minha plantação de
cenouras!
PIRATÃO (indignado): Até hoje, ninguém falou comigo desse jeito. Você sabe com quem está
falando?
FIFI – Com quem? Por acaso, com o rei da pipoca salgada (ri)?
PIRATÃO – Para seu governo, coelhinha atrevida, sou o primo do famoso Capitão Gancho!
FIFI – Grande coisa! Pensa que eu tenho medo? Já enfrentei bichos piores que o senhor!
PIRATÃO – Mas eu não sou bicho. Sou um pirata...
- 3 -
FIFI – Para mim, é a mesma coisa. (Piratinha e Piratolo caem na gargalhada)
PIRATÃO (para os dois): Não estou achando graça! (ambos param de rir): E tratem de cavar!
FIFI – Eles não podem cavar. Vão estragar minha plantação de cenouras, já disse.
PIRATÃO – E daí?
FIFI – É que estou de férias. Se eles arrancarem as sementes, terei de trabalhar para
plantá-las de novo...
PIRATÃO (com leve sorriso): Ora, esse negócio de férias é bobagem...
FIFI – Não é, não. Se o senhor tirasse uma férias, teria bom humor. Viveria melhor.
PIRATÃO – Como, assim?
FIFI – Nesta ilha, temos lindas praias... O mar é bem verde... A água é limpinha...
PIRATÃO (pensativo): É, eu gosto um bocado de praia...
FIFI – E as frutas! Uma delícia!
PIRATÃO – Já estou com água na boca.
FIFI – Então, por que não aproveita e tira umas férias? O senhor já está aqui...
PIRATÃO (pensativo): Não sei... Fico preocupado com o meu tesouro...
FIFI – Tesouro mesmo, meu Capitão, é a vida. E o senhor não está aproveitando a sua vida.
PIRATÃO – Que quer dizer com isso?
FIFI – Sem férias... Sem descansar... Sem se divertir... O trabalho dignifica o homem. Mas o
lazer mantém o homem vivo e preparado para o trabalho.
PIRATÃO – E este outro meu tesouro?
FIFI – Ora, Capitão, esse tesouro não é seu. O senhor o roubou.
PIRATÃO – Lutei por ele. Logo, ele é meu.
FIFI – Não, não é seu. Apesar de tudo, ele ainda pertence ao verdadeiro dono. O que é
roubado, não é possuído.
PIRATÃO (pensa um pouco, caminhando; depois...): Eu acho que você tem razão...
FIFI – O senhor está roubando duas vezes: o baú e o direito de viver melhor.
PIRATÃO – Certo... Como é mesmo o seu nome?
- 4 -
FIFI (estende a mão ao cumprimento): Sou a coelhinha Fifi. Muito prazer! (o Capitão
corresponde ao cumprimento): Devolva o tesouro. Depois, venha tirar umas férias nesta ilha...
Ela é um tesouro, sabe? E pertence a todos nós.
PIRATÃO (entusiasmado): É isso mesmo que eu vou fazer, Fifi. (para os dois piratas):
Queridos amigos, não é mais preciso cavar. Vamos. Vou devolver o tesouro. (boquiabertos,
Piratinha e Piratolo preparam-se para carregar o baú, mas...): Não é preciso, amigos. Eu
mesmo carregarei o baú.
PIRATINHA (meio bobo): Mas, Capitão, não nos custa nada...
PIRATÃO (abraçando os dois): De agora em diante, vocês estão de férias. Nada de trabalho.
Somente praia, frutas e papo pro ar (ri).
A música de fundo volta. Alegres, todos saem de cena, cantarolando, com o Capitão Piratão
carregando o baú.
F I M
Nota: este texto pode ser apresentado em ambientes escolares, livremente, sem pagamentos
de taxas a título de Direitos Autorais. Trata-se de texto didático.
A única exigência do Autor é que, ao ser apresentado, seja divulgada à platéia a importância
do Teatro Educativo na formação integral da criança.
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